A HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
- R. Xavier
- 24 de mar. de 2014
- 15 min de leitura
O QUE É FOTOGRAFIA?
A etimologia classifica o termo fotografia como de origem grega, composto por duas palavra: phos (foto) que significa luz e graphein (grafia) que significa escrita, registro, desenhar, sulcar, gravar. No entanto pode-se dizer que fotografar significa escrever com luz. A luz é radiação electromagnética que tem a propriedade de impressionar a nossa visão, sendo assim responsável por podermos "ver" os objetos através da reflexão.
A luz é a matéria prima da imagem visual, sendo uma fonte de inspiração para nossas emoções, pois adiciona cores ao que estivermos vendo, enriquecendo aos nossos olhos; climas, contrastes, texturas e volumes.
Neste conceito, podemos concluir que a fotografia é todo ato e/ou processo que se utiliza um conjunto de técnicas e habilidades, onde o objetivo é produzir uma imagem tão somente de acordo com a captação da demanda e/ou do controle dos ângulos de incidência da luz existente, independente se é natural ou artificial, e da fixação dessa captação numa superfície física (filme, papel, sensor).
O processo, propriamente dito, fornece os meios de “captar o que se vê”, produzir imagens das coisas que nos cercam e sem termos que, desenhá-las, pintá-las ou obtê-las por outros meios conhecidos.
Técnicas e habilidades estas, que torna possível produzir imagens conforme suas linhas, formas, grafismo e equilíbrio das tonalidades através da seleção e enquadramento das cenas, enriquecendo nossa leitura ou interpretação dos fatos vivenciados, que acreditamos como verdadeiros. Uma pequena mudança do ponto de vista ou a escolha de um diferente horário, resultará em uma foto diferenciada.
Talvez a fotografia nos tenha impulsionado como ferramenta para transmitir algo, de uma maneira rápida, cômoda e exata, sem precisar desenhar ou escrever.
Porém, as técnicas e habilidades somente servirão se exisitr também o domínio de uma câmera fotográfica, ferramenta que constitui o registro visual. Um equipamento considerado como um diário, onde se registra momentos, acontecimentos, etc.
A fotografia não foi uma invenção de uma só pessoa. Vários profissionais da física, matemática, entre outros, através de estudos e experiências, determinou um processo acumulativo de avanços determinantes para a origem da fotografia em si, e a que conhecemos nos dias de hoje.
A ORIGEM DA FOTOGRAFIA
CRONOLOGIA
Século 4 a.C.
O grego Aristóteles constata que raios de luz solar, durante um eclipse parcial, atravessando um pequeno orifício, projetam na parede de um quarto escuro, a imagem do exterior, e a descreve em sua obra intitulada Problemática, o princípio físico de que uma imagem quando iluminada, seu reflexo pode penetrar através de um pequeno orifício de forma invertida.
Adotou este princípio em seus estudos astrofísicos, construindo um cômodo (ou câmara) totalmente escuro com um orifício aberto para o exterior deste.
1100
O físico, matemático e astrônomo árabe Ali Hassan Ibn Hassan Al Haitham (965-1040), conhecido como Alhazem pelos europeus do Mediterrâneo, aplicou o mesmo princípio descrito por Aristóteles para a visualização de eclipses solares.
1267
Roger Bacon (1214-1294), filósofo inglês, utiliza o método da câmara escura para observar eclipses solares, sem danificar os olhos.
1500
Em seus experimentos em química, Robert Boyle observa que o cloreto de prata fica preto quando exposto à luz, mas interpreta que este fato acontece pela ação do ar (ao invés da ação da luz).
1515
O inventor e artista italiano Leonardo Da Vinci, ao deitar-se mais cedo, quando o sol ainda batia forte, percebeu que na parede em frente a uma janela, estava projetada a imagem do quintal, com os lados invertidos e de cabeça para baixo.
Ao procurar a origem do fenômeno constatou que a luz do sol, após refletida pelos objetos, passava para o interior do quarto totalmente escuro, através de um pequeno orifício na janela e desenhava-os na parede. Intrigado, decidiu buscar uma solução prática para esse fenômeno e a registra em seu Codex Atlanticus (publicado somente em 1797), o seguinte:
"Quando as imagens dos objectos iluminados penetram num compartimento escuro através dum pequeno orifício e são recebidas sobre um papel branco situado a uma certa distância desse orifício, vêem-se no papel os objectos invertidos com as suas formas e cores próprias".
Alguns estudos posteriores, entre eles anotações de Aristóteles e de Platão, comprova em suas próprias conclusões o princípio da câmara escura (ou obscura), onde elaborou uma de pequenas dimensões, mas não portátil ainda, e a utilizou para auxiliar sua arte da pintura.
1525
Fabrício, alquimista da idade média, relata que o composto cloreto de prata enegrecia quando exposto à luz.
1545
Reiner Gemma Frisius, físico e matemático holandês, faz a primeira ilustração do processo da câmara escura.
1553
Giambattista Baptista della Porta (1541-1615), físico italiano, mesmo indo contra os interesses da igreja, aperfeiçoou o desenho da câmara escura, no seu tratado Magia Naturalis.
Esta câmara consistia em um quarto totalmente à prova de luz, possuía um orifício de um lado e a parede à sua frente pintada de branco. Quando um objeto era posto diante do orifício, do lado de fora do compartimento, sua imagem era projetada invertida sobre a parede branca.
Alguns, na tentativa de melhorar a qualidade da imagem projetada (deixá-la mais nítida), diminuíam o tamanho do orifício, mas a imagem escurecia proporcionalmente, tornando-se quase impossível ao artista identificá-la.
1558
Girolano Cardano, físico italiano, soluciona o problema de nitidez da imagem ao sugerir o uso de lentes biconvexas junto ao orifício da câmara escura.
Isto foi possível graças à capacidade de refração do vidro, que tornava convergentes os raios luminosos refletidos pelo objeto. Assim, a lente fazia com que a cada ponto luminoso do objeto correspondesse um pequeno ponto de imagem, formando-se assim, ponto por ponto da luz refletida do objeto, uma imagem puntiforme.
Este equipamento passou a designar-se câmara óptica e o conceito da imagem fotográfica começava a nascer.
1568
Daniele Barbaro, menciona em seu livro “A pratica da Perspectiva”, que variando o diâmetro do orifício, é possível melhorar a imagem.
Com este princípio, outro aprimoramento na câmara escura apareceu: foi instalado um sistema, junto com a lente, que permitia aumentar e diminuir o orifício. Assim, surgio o primeiro "diafragma".
1580
Friedrich Risner descreve uma câmara portátil, mas a publicação só é feita após a sua morte na obra Optics de 1606.
1589
O físico italiano Giambattista della Porta, em seu contínuo estudo em óptica e adaptando os estudos de Girolano Cardano e a ideia de Friedrich Risner, adaptou o ajuste de uma lente do tipo convergente (convexa), mas não em um cômodo, e sim a uma “caixa escura de desenhar”, tornando-o mais pequeno e transportável.
1604
O físico-químico italiano Ângelo Sala estudou o escurecimento de alguns compostos de prata pela exposição à luz do Sol, mas acreditava-se que era por causa do calor. Até então, se conhecia o processo de escurecimento e de formação da imagens efêmeras sobre uma película dos referidos sais, porém havia o problema da interrupção do processo.
1620
Johann Kepler, durante uma viagem pela Alta Áustria, utiliza uma tenda para desenhos topográficos, utilizando uma lente e um espelho, para obter uma imagem sobre um tabuleiro de desenho no interior da câmara.
1676
Johann Christoph, professor de matemática da Universidade alemã de Altdorf, na sua obra Collegium Experimentale sive curiosum, descreve e ilustra uma câmara escura que utiliza interiormente um espelho a 45° que reflete a luz, vinda da lente, para um pergaminho azeitado, colocado horizontalmente. Desta forma, cria o primeiro aparelho portátil de câmara escura. O grande quarto, com espaço para um homem trabalhar transforma-se numa pequena caixa. Quase duzentos anos depois do Fabrício, o alquimista, ainda acreditava que a prata ficava preta por estar velha.
1724
O médico e professor alemão Johann Heinrich Schulze constata que a prata misturada com determinados produtos químicos, entre eles metol diluído, era convertida em sal de prata (nitrato de prata), tornando-se sensível à luz.
Em experimentos posteriores, determinou que uma mistura de prata e carvão refletiam menos luz do que a prata não-oxidada. Embora não tenha fornecido meios de preservar a imagem, uma vez que o sal de prata continuava a escurecer na presença de luz, sua descoberta permitiu estabelecer os fundamentos de trabalhos posteriores na fixação de imagens.
1777
Carl Wilhem Scheele, químico sueco, estudou a reação do Cloreto de Prata, as diversas radiações do espectro e sugere o uso de amoníaco como fixador.
1780
Jacques Alexandre Cesar Charles, físico francês, com base nas experiências anteriores, projetava objetos sobre uma folha de papel impregnada de cloreto de prata (algo muito semelhante a uma técnica básica utilizada até hoje em trabalhos artísticos, conhecido como Fotograma ou Sobreposição).
1790
Thomas Wedgwood, obtém grande sucesso na captação de imagens, sobre um pedaço de couro branco, mas os traços não sobrevivem. Nesta época, ele não conhece uma técnica eficiente para fixar a imagem.
1816
O físico francês Joseph Nicéphore Niépce, através de livros antigos descobre a câmara escura de Leonardo da Vinci, os estudos de Giambattista e as anotações de Shulze. Maravilhado com a possibilidade de obter uma imagem através da luz, começou então fazer experiências com uma câmara escura, adicionando papel tratado com cloreto de prata e fixados com ácido nítrico, lhe dando como resultado, negativos de baixa densidade.
1822
Niépce tentou fazer uma imagem negativa com verniz de asfalto (betume da Judéia) sobre uma base de vidro, que era fixado com uma mistura de óleos. Esse processo funcionou, mas originava um tempo de exposição de mais de 8 horas. Com esse processo poderia copiar obras de arte.
1826
Em um verão, após 10 anos de experiências, Niépce conseguiu produzir a primeira imagem que se tem registro, através de luz e reagentes químicos, utilizando uma placa de metal revestida de prata e betume branco da Judéia. A imagem consistia em uma visão do sotão de sua casa de campo. Niépce batizou esse resultado de heliografia.
1827
Após uma carta enviada à Niépce, em um encontro em Paris, conhece o físico e pintor Louis Jacques Mandé Daguerre. Daguerre queria informações sobre a heliografia e soube da existência de Niépce, e de suas experiências, através do mesmo fornecedor de lentes. Após esse encontro ambos se mantiveram em contanto.
1829
Niépce consegue fazer uma imagem de natureza morta e informa a Daguerre sobre essa experiência, e a intenção de publicá-lo.
Daguerre por sua vez, imaginando que poderia ganhar dinheiro com essa experiência, convence Niépce em adiar a publicação até que a técnica fosse aperfeiçoada.
Niépce, aos 64 anos, cansado e empobrecido, já que os 30 anos trabalhando sozinho em suas experiências que consumiram a sua fortuna, assina um contrato de associação por 10 anos com Daguerre, que estava com 42 anos, e começam a utilizar placas de estanho e vapor de iodo.
1831
Niépce e Daguerre registram definitivamente a sensibilidade da prata iodizada à luz.
1832
O desenhista e pesquisador francês Antoine Hercules Romuald Florence, radicado em São Carlos (atual Campinas em SP), com o seu talento para desenhos e cartografia que exercia em expedições pelo território brasileiro, percebe a dificuldade em registrar imagens com rigor científico e viu-se diante da necessidade em utilizar uma forma mais rápida e eficiente em registrar e publicar suas ilustrações, porém não havia oficina de impressão na província de São Paulo. Sendo assim, decidiu então elaborar seu próprio meio de impressão e criou a Poligrafia (Polygraphie).
Hercules Florence, como era conhecido, enviou à França o seu manuscrito detalhado sobre a nova invenção junto com duas provas poligrafadas e continuou suas pesquisas em aprimorar a técnica de reprodução.
Obteve então o conhecimento sobre a câmera escura e percebeu a possibilidade de reproduzir suas ilustrações com a luz do sol, onde resultou então, em trabalho de pinturas que eram nada mais do que pequeninos furos sobre a imagem original que representavam as luzes ou reflexos. Estas imagens eram visíveis somente em um quarto escuro com a luz solar incidindo no quadro da pintura, assim reproduzindo-o em uma parede. Satisfeito com o resultado, Hercules Florence batizou o novo processo de Fotografia (Photografie). Mas suas pesquisas sobre esse novo processo não parou por aqui.
1833
Morre Niépce por um ataque cardíaco, sem ter feito mais nenhuma descoberta. Sua grande contribuição para a evolução sobre a fixação de imagens permanece não publicada. Sua obra ficou nas mãos de Daguerre.
Hercules Florence, com o seu processo recém descoberto e uma câmera escura, consegue registrar uma imagem em uma chapa de vidro e uma cópia por contato em papel sensibilizado em nitrato de prata.
1835
O físico britânico William Henry Fox Talbot, já usava a câmera escura há alguns anos para elaborar desenhos em suas viagens e pesquisas, e uma destas pesquisas se referia a fixação de imagens. E talvez com conhecimento das experiências de Hercules Florence, encomendou uma pequena câmera escura de madeira, com formato pequeno de aproximadamente 6,3 cm², que sua esposa apelidou de “ratoeiras”.
Daguerre utiliza placas de cobre cobertas com sais de prata, que após exposta à luz, não apresentou vestígio algum de imagem. Decepcionado, Daguerre jogou a chapa em um armário, quebrando sem perceber um termômetro de mercúrio. No dia seguinte, ao abrir o armário, ele notou que na chapa se formara uma imagem. Após algum tempo pesquisando, constatou que o vapor do mercúrio revelara a imagem existente.
1836
Willian Henry Fox Talbot, consegue criar o primeiro sistema simples de ser usado, que consistia em cópias de contato, ou seja, conseguia registrar uma imagem negativa e, a partir deste, o número desejado de imagens positivas. O sistema de Talbot utilizava uma base de papel sensibilizada com sais de prata que, dentro da câmara escura era exposta à luz, que dependendo da lente utilizada, o tempo de exposição ficava entre meia a uma hora, registrando uma imagem em negativo. Após, o papel era lavado, secado e o processo era repetido em outra folha sensibilizada que agia ao contrário, originando a imagem positiva.
Foi a partir daí que o cientista e grande amigo de Talbot, Sir John Herschel, matemático, físico, astrônomo e inventor de uma série de outros processos de fixação de imagens como o Cianótipo, o Van Dyke e o Anthotype, e este torna conhecidas as palavras fotografia (criada por Hercules Florence), negativo e positivo para o processo de fixação de imagens de Talbot.
O processo de Talbot, foi chamado de início de Calótipo e depois Talbótipo. Porém, Talbot deixou suas anotações de lado para tratar de outros assuntos.
1837
Daguerre cria um processo de revelação usando chapas de cobre sensibilizadas com prata e tratadas com vapores de iodo. Para revelar a imagem, utilizava o mercúrio aquecido e para fixar a imagem ele mergulhava a chapa em uma solução de sal de cozinha previamente aquecida.
Esse processo foi primeiro a ser usado comercialmente e recebeu o nome de Daguerreotipia. Assim, embora tenha sido Niépce a registrar, hoje conhecida como a primeira imagem fotográfica, foi Daguerre quem recebeu o título de "Pai da Fotografia".
1839
Daguerre leva as informações de suas descobertas para a academia francesa de ciências, onde é anunciado.
William Henry Fox Talbot, ao saber do anúncio das descobertas de Daguerre pelo London Times, retomou suas experiências. Duas semanas depois, exatamente em 25 de janeiro, Talbot fez uma apresentação para cientistas em Londres, onde houve a primeira exibição públicas de fotografias. Em 31 de janeiro, Talbot envia uma carta à Royal Society em Londres, reclamando para si a invenção da fotografia, porém não havia mais nada a fazer em favor de Talbot referente a patente, e ainda, consideraram que sua descrição sobre o Talbótipo apresentava segredos técnicos, pois não detalhava toda a técnica do processo. O que ninguém considerou na época é que o seu processo era bem mais completa que a de Daguerre, pois a imagem resultante poderia ser reproduzida infinitas vezes, enquanto que o Daguerreótipo gerava uma imagem única em uma chapa de metal.
Em 19 de agosto, com salão lotado, a academia francesa de ciências anuncia o processo de fixação de imagens de Daguerre, e que após algumas horas, os franceses correram para adquirir os materiais para fazer Deguerreotipo. Essa data torna-se então, o Dia Mundial da Fotografia.
Em pouco tempo, o processo de Daguerre se tornou popular. Câmaras e materiais fotográficos passaram a ser vendidos em grande escala, quase que mundialmente. Porém, havia inconveniências. O tempo de exposição era extremamente demorado, o equipamento era grande e desajeitado e os produtos químicos eram perigosamente nocivos.
1840
Sir Charles Wheatstone, inglês, cria uma engenhoca denominada visor estereoscópio, para visualizar fotos em 3D. Neste mesmo ano, Daguerre aprimora o seu invento e lança o Daguerrótipo brometizado, reduzindo o tempo de exposição para aproximadamente 80 segundos.
1841
O fervor francês, existente pela descoberta de Daguerre, logo se desfez. O público ficara desapontado pelas limitações do processo em registrar retratos. Suas chapas tinha que ser colocadas sob o vidro para protegê-lo de impressões digitais ou da oxidação, e não permitia boas cópias. Mas não impediu de percorrer continentes.
A Talbotipo é patenteado. Apesar de que os Daguerreótipos obterem imagens com melhor qualidade, o Talbotipo possibilitava a duplicação de uma mesma imagem em grande escala, e também era mais barato e menos nociso à saúde, tornando o processo de fixação de imagens mais acessível e mais presente na vida das pessoas. Porém, havia um problema na técnica, pois o suporte do negativo era papel, e na passagem para o positivo perdiam-se detalhes.
1844
O primeiro livro ilustrado com imagens adquiridas pelo Talbotipo, "The Pencil of Nature", é publicado por Talbot e editado em seis volumes, com vinte e quatro talbotipos contendo a explicação de seu trabalho e estabelecendo padrões de qualidade.
1847
Abel Niépce, primo de Nicéphore Niépce, desenvolve o processo da albumina que utiliza uma placa de vidro coberta com clara de ovo, sensibilizada com iodeto de potássio e nitrato de prata. Revelada com ácido gálico e fixada a base de tiosulfato de sódio. A albumina, é mais preciosa em detalhes e o tempo de exposição é de 15 minutos.
1850
Nesta época, não era só moda, mas sinônimo de status, ter uma imagem gravada em miniaturas, como colares, anéis, relógios, etc.
1851
Daguerre morre por consequência de um ataque cardíaco, aos 64 anos.
O obscuro escultor britânico Frederick Scott Archer, de mente inventiva e interessado em fixação de imagens, propôs o uso de uma substância chamada Colódio (usada para criar uma membrana transparente em ferimentos), como meio de fixar os sais de prata sensíveis sobre placas de cristal, criando assim, negativos transparentes.
Apesar desse processo ser 20 vezes mais rápidos que os anteriores (Daguerreotipo e o Talbotipo), ele tinha seus inconvenientes, pois o Colódio tinha de ser aplicado sobre a chapa de cristal imadiatamente antes do uso, quando ainda estava úmido (por isso recebeu o nome de "chapa molhada"), caso contrário endurecia e se tornaria inútil.
Assim começam a surgir trabalhos mais criativos em fixação de imagens que agora, esses trabalhos passou a ser conhecida como fotografia.
1855
Roger Fenton (1819-1869) faz as primeiras imagens fotográficas de guerra, quando cobriu a guerra da Criméia para um jornal inglês.
Aparecem algumas imagens fotográficas pintadas a mão, o que dá um toque de realismo e tenta comparar estas imagens aos da pinturas.
1858
Gaspard Félix Tournachon (1820-1910) foi um dos primeiros fotógrafos a usar a câmara criativamente, ou seja, como algo diferente da função retratista. Acentuava as poses e os gestos das pessoas que fotografava querendo mostrar o carácter da pessoa. Em paris, tirou as primeiras imagens fotográficas aéreas, abordo de um balão, em 1858 e foi responsável, também, pelas primeiras imagens fotográficas subterrâneas, nas catacumbas de Paris, utilizando pela primeira vez a luz elétrica e manequins substituindo as pessoas, devido a excessivo tempo de exposição.
1861
O físico e matemático escocês James Clerk Maxwell, em seus estudos sobre optica, demonstra o conceito que todas as cores poderiam ser geradas a partir de três cores primárias (azul, verde e vermelho). Colocando seu conceito em prática, consegue fazer a primeira imagem fotográfica à cores.
1865
O Daguerreotipo já estava superado sendo substituído pelo processo de Archer, pois este permitia cópias ilimitadas a partir da chapa de vidro, mantendo as imagens perfeitas.
Julia M. Cameron (1815-1879) a mais notável retratista inglesa do século passado. Utilizava a luz de maneira muito criativa. Fotografou pessoas famosas, como: Charles Darwin e Sir John Herschel.
1871
O médico britânico Richard Leach Maddox, quando utilizava as técnicas da chapa molhada, percebeu que sua saúde estava sendo prejudicada. Assim começou a fazer experiências com Gelatino-Brometo, onde sensibilizantes químicos brometo de cádmio e de nitrato de prata deve ser revestido sobre uma placa de vidro em gelatina (substância transparente usado para fazer doces). O resultado era uma chapa 180 vezes mais lenta que o processo úmido (Colódio).
1874
Após exposições, as emulsões passaram a ser lavadas em água corrente, para eliminar sais residuais e preservar as placas.
1877
Talbot morre por colapso cardíaco. Em vários obtuários, sua contribuição na aprimoração da fotografia quase não foi mencionada. Atualmente é considerado pai da fotografia analógica, por esta ser baseda na imagem negativa para se obter a imagem positiva.
1878
Charles Harper Bennett aperfeiçoa as experiências de Maddox, desenvolve uma técnica que consistia em uma chapa revestida a seco, com uma emulsão de brometo de prata e gelatina. Este método ficou conhecido como chapas secas e logo foram postas à venda, iniciado a fabricação em larga escala das chapas secas, com isso a chapa úmida (Colódio) se torna obsoleta.
Início da era da fotografia moderna.
1880
A fotografia já era considerada uma poderosa ferramenta política e social nas mão de alguns documentaristas.
O ex-bancário George Eastman funda uma empresa de produção de chapas fotográficas secas feitas sobre película de acetato chamado de filme fotográfico. Assim inicia-se as atividades da Kodak. Eastman criou o nome Kodak após estudos em vários idiomas, pois assim seria pronunciado igualmente em qualquer país do mundo.
1884
Eastman se associa a Henry A. Strong.
1887
Em tentativas de melhorar a iluminação para se fotografar, começou-se a utilizar pólvora... em uma base de madeira com uma empunhadura, surgindo assim os primeiros flashes. Mas estes flashes eram perigosos, incendiavam o cabelos das pessoas, fazia muita fumaça e as vezes explodia.
1888
A Kodak lança no mercado a primeira câmara fotográfica simples de usar e que dispensava os consumidores de adquirir produtos químicos e demais acessórios para revelação, uma vez que o consumidor mandava a máquina com o filme para ser revelada, e recebia uma outra máquina com filme em troca.
Essa máquina foi lançada com o slogan "Você aperta o botão, nós fazemos o resto", e logo fez sucesso no mundo todo, dando assim o grande mérito da popularização da fotografia à Eastman.
1895
Os irmãos Lumiére apresentam um filme fotográfico de 35mm.
1924
Oscar Barnack lança a máquina fotográfica de 35mm (a famosa Leika).
1930
As lâmpadas de flash começam a ser usadas.
1935
A Kodak lança o filme Kodachrome, específico para slide.
1941
A Kodak lança no mercado o filme Kodacolor, um filme fotográfico de 35mm colorido.
1954
A Kodak lança no mercado o filme fotográfico 320 TXP, o precursor do filme ISO 400.
1969
Os cientistas Willard S. Boyle e George E. Smith, pelos Laboratórios Bell, criam o CCD (Charge Coupled Device).
1973
A Polaroid lança a primeira foto instantânea.
A Kodak possui vários estudo sobres captadores de imagens digitais que se estenderam por anos seguintes.
1974
Steve J. Sasson cria um protótipo de câmera com CCD para a Kodak, onde em conjunto com um telescópio, obteve-se a primeira imagem digital, tendo como o assunto principal, a lua.
1975
Os cientistas Willard S. Boyle e George E. Smith criam uma câmera de vídeo CCD, com qualidade de imagem satisfatória para TV.
A Kodak, lança a primeira câmera fotográfica digital com CCD.
1981
A Sony lança sua primeira câmera digital, a Câmera Mavica. A Sony Mavica, não era uma câmera de fotografia digital, mas sim uma Câmera de vídeo Estático, porém ajudou a oficializar no mercado de consumo, a fotografia digital.
1984
A Canon faz experiências com a primeira Câmara fotográfica digital.
1986
A Kodak apresenta o seu primeiro sensor de captura de imagem em Megabytes (1.4 Megabytes).
1991
A Kodak lança a primeira Câmera digital profissional para jornalistas com 1.3 Megabytes.
1996
Em uma parceria entre as maiores empresas fabricantes de câmaras digitais, foi lançado no mercado o filme fotográfico APS.
Início da era da fotografia digital.
1999
Surgem as primeiras câmaras fotográficas digitais comerciais.
2000
O filme fotográfico de 35mm fica obsoleto.
Com o passar do tempo, muito se fez para o aperfeiçoamento das máquinas e filmes fotográficos. Devido ao aprimoramento técnico, a fotografia passou a ser usada também no campo científico, tornando assim, além de uma arte, uma técnica documental.
Nos dias de hoje, com a predominância das Câmaras digitais, as Câmaras de filme fotográfico ficaram em evidência.
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